No silêncio dessas tuas mãos
Eu me “começo” e me reencontro
Enquanto sons mudos me passeiam o corpo
…formando palavras…
Constroem diálogos sem fim à vista
e dobram o tempo uma e outra vez…
Como se a cada uma fosse a última… e a primeira…
Como se o mundo nada mais fosse que aquele momento…
No respirar que me toca o corpo
Eternizo um encantamento
Em sílabas e ditongos de palavras muitas
Em adjectivos que nem conheço
Em metáforas que nunca me ouvi…
“Despejo” tudo quase em transe
Num rebolar de olhos tresloucados
Grito suspiros de prazer alucinados
Transpiro exageros tão desejados…
No silêncio dessas tuas mãos…
…dessas tuas mãos que tanto me “falam”…
…que tanto me fazem “falar”…
É no silêncio dessas tuas mãos
Que toda eu me quero “acabar”…
texto por Isabel Reis
foto por Conceição Maia (http://facebook.com/
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