terça-feira, 31 de agosto de 2010

Ruínas...



Ruínas que ficam em nós… por mais que o tempo corra…
…marcas de um passado que nada mais é do que isso…
…mas que apesar de tudo… será sempre nosso…

Alicerces cravados na alma que somos
…sem intenção de querer partir...
…na certeza que não lhes podemos fugir
…na demência do que nos faz sentir…

Pedras velhas… gastas pela vida
…a nossa vida… esta minha e tua…
…marcada num momento…
…vivida em qualquer rua…
…abandonada no espaço de tempo…
…em que me largaste ao esquecimento …

Raízes que se vão apoderando…
…do que não é seu para apoderar…
…de uma alma por curar…
…de uma vida por recuperar…
…de um mundo por resgatar…

Ruínas o que temos…
…não quem somos…
Alicerces em nós…
…mas que se podem derrubar…
Pedras velhas que nos rodeiam…
…mas que se podem restaurar…
Raízes bem profundas…
…mas que se podem arrancar…


texto por Isabel Reis
foto por Filipe Carmo
todos os direitos reservados

Memórias de Infância...


Nas memórias daquele tempo…
…revivo um mundo que ficou para trás…
…recordações de sorrisos… mas lágrimas também…
…lágrimas pelas asneiras que não planeei fazer… mas fiz
…sorrisos traquinas pelas que fiz e consegui escapar…
…pelos momentos que são meus para guardar…

Nas ondas de um mar sereno/tempestuoso…
…ouço gargalhadas de crianças onde me reencontro…
…jogos da bola onde me esqueci das horas…
…tombos perdidos na areia fina…
...a voz doce de uma certa menina…

No céu escurecido/envelhecido…
…pela tempestade que se avizinha…
…revejo o tempo de voltar à escola…
…quando a brincadeira ficava p’ra trás…
…quando espreitava pela janela…
…relembrando o verão que já não via nela…

Num pontão perdido no espaço…
…namorado apenas pelas ondas do mar…
…em que as visitas já não são crianças…
...mas saudosistas querendo “voltar”…
…regresso também… mas em passos crescidos…
…sonhando um tempo que já lá vai…
…lembrando sonhos até agora esquecidos…
…resgatando sorrisos um dia vividos.


texto por Isabel Reis
foto por Filipe Carmo
todos os direitos reservados

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Quem sabe...

A madrugada encontrou-me hoje carente de um bom dia teu... um bom dia único, daqueles que só tu me dás... hoje acordei com fome de ti... dos teus dedos suaves a percorrer a minha pele... o meu corpo... até me chegar à alma... acordei com fome do calor do teu beijo a aquecer-me o coração... com fome da tua voz no meu ouvido a dar-me aquele "Bom dia…" sussurrante que me faz viajar…

O dia fez-me acordar contigo do meu lado... e o meu sorriso rasgou-se de orelha a orelha quando me tentei chegar um pouco mais em busca desse teu cheiro, que já chegava a mim ainda eu viajava nos teus braços no mundo dos sonhos, tu foste-te... desvaneceste-te como fumo à minha frente... e eu fiquei desconsolada por acordar... por ver que apesar de acordada ainda continuava a sonhar...

Quem sabe… talvez a noite te traga de volta ao meu colo como naquele tempo… aquele onde nos cruzamos… onde nos vivemos… onde nos entregamos…
Quem sabe… talvez as estrelas me façam hoje adormecer no teu colo como quando me carregaram nos seus braços para me entregarem delicadamente nos teus… e onde juntos vimos a noite estrelada em tons de um amarelo sonhador… e onde adormecemos nas réstias de um amor amado… nas gotas de um suor cansado… na promessa de um “até já” de sonhos… sonhos de um amor sonhado.



por Isabel Reis
todos os direitos reservados

Migalhas de Amor...

Migalhas de amor vadio Amor frio… escorregadio… Migalhas de amor pequeno Amor cruel… amor veneno… Migalhas de amor corrido ...